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Com vinho em alta, Vinícola Góes investe R$ 4 milhões para escalar produção



JORNAL DE NEGÓCIOS DO SEBRAE-SP

27/7/2021


O brasileiro nunca bebeu tanto vinho como na pandemia. No ano passado, a comercialização do produto no Brasil aumentou cerca de 30% em volume ante 2019, segundo a Ideal Consulting, consultoria especializada em bebidas. O consumo per capita dos maiores de 18 anos chegou a 2,78 litros contra 2,13 litros em 2019. A Vinícola Góes, de São Roque, no interior de São Paulo, trabalha para que este ano seja ainda melhor.


A empresa fundada em 1938 vai investir mais de R$ 4 milhões nos processos de pesquisa de uvas para produção de vinhos, sucos e espumantes e em todo sistema fabril, além de apostar no vinho em lata. O diretor de marketing e vendas da Vinícola Góes, Luciano Lopreto, fala sobre o mercado e os planos da empresa.


Como a pandemia afetou a Vinícola Góes?

O vinho tem sido escolhido pelo consumidor como a bebida oficial da quarentena, primeiro porque pode ser apreciado quando se está sozinho, diferente de outras bebidas que combinam apenas com festas e encontros. O vinho é a bebida ideal para acompanhar as refeições e, com as pessoas cozinhando mais em casa, tivemos a combinação perfeita. O consumo per capita da categoria vinhos aumentou 30% no País em meio ao isolamento social. Embora ainda exista uma participação maior nas vendas dos vinhos mais tradicionais, nos chamados vinhos de mesa, que são 63% do mercado, houve um grande crescimento das vendas de vinhos finos brasileiros nestes últimos 12 meses, que dobraram de volume.


Como é ter concorrentes brasileiros e estrangeiros?

O crescimento da categoria beneficia a todos, pois temos muito espaço para os vinhos no Brasil. Nos últimos meses, o consumidor passou a experimentar e gostar dos vinhos nacionais. A alta do dólar, a queda da substituição tributária em alguns Estados e a evolução da qualidade do produto brasileiro tornaram nossos vinhos muito atrativos, e isso mostrou ao consumidor que o produto nacional está competitivo em relação aos de mercados mais maduros, o que também pode ser constatado pela crescente quantidade de vinhos brasileiros premiados internacionalmente. Há também novos consumidores, que encontraram na categoria uma opção agradável, mais acessível e descomplicada, passando a consumi-lo com mais frequência e com maior interesse.


Qual a influência do dólar alto no mercado de vinhos nacional?

O produto importado ficou mais caro ao consumidor pela alta do dólar, beneficiando o vinho nacional, que aperfeiçoou sua distribuição tanto no varejo tradicional, quanto no e-commerce e que garantiu a oferta de um produto de grande qualidade nesse momento de experimentação. Foi a chance que as vinícolas nacionais precisavam para que o consumidor conhecesse o vinho brasileiro, abandonando antigos preconceitos.


O e-commerce tem ido bem ou consumidor ainda prefere escolher a garrafa presencialmente?

Diante da aceleração das vendas online na pandemia, associada à qualidade e bom custo-benefício do vinho brasileiro, a comercialização por meio desse canal teve forte crescimento. Nossas vendas online cresceram mais de 400% em 2020, ainda que a base de comparação fosse baixa. O consumo da bebida em casa aumentou e as pessoas visitaram com mais frequência as lojas virtuais de vinhos. Porém, também puderam continuar fazendo isso em supermercados, que se mantiveram abertos nesse período de restrições. A demanda cresceu também neste canal e com isso conseguimos ampliar nosso mix de produtos e a distribuição. O gosto pelo ritual da escolha presencial do vinho segue predominante. Além do prazer da escolha ao vivo e de poder levá-lo imediatamente para casa, a escolha em meio à enorme variedade é facilitada pelo apoio oferecido nas lojas físicas, que auxiliam na seleção do vinho ideal para o momento de consumo, sendo esta uma grande ferramenta de fidelização e concretização da venda.


Aposta da Góes, o vinho em lata sofre algum preconceito?

A tendência de consumo do vinho em lata é uma realidade em diversos países, em especial nos Estados Unidos. As latas trazem conveniência, praticidade e abrem espaço para novas ocasiões de consumo, como praia, campo, piscina, balada ou a própria casa. Não vieram para substituir o vinho em garrafa, elas o complementam. Atentos a isso, decidimos apostar na embalagem lançando uma nova marca e investindo numa linha própria de envase de latas, com equipamentos modernos e adequados para o atual perfil de demanda. Um investimento de quase R$ 3 milhões, que nos permite prestar serviços para outras empresas que queiram envasar seus produtos em lata conosco. Com a nossa marca própria de vinhos em lata, a SAUV, buscamos oferecer também uma identidade visual colorida e descontraída, para agradar a todos os públicos, em especial os jovens, e mostrar que o consumo pode ser casual e descomplicado. Os consumidores de hoje estão abertos e buscam inovações em bebidas. Por isso, a novidade vem sendo muito bem aceita e aponta para um potencial crescente.


Qual o peso do enoturismo no negócio de uma vinícola?

O enoturismo tem papel fundamental no marketing e no relacionamento com o cliente. Em nosso espaço podemos oferecer momentos e experiências de contato com o vinho, as uvas e o processo produtivo, em um ambiente onde as histórias, a enogastronomia e a natureza se unem para proporcionar prazer e encantamento.

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